O VERDADEIRO VALOR DAS COISAS

D'us te abençoe!

Certa vez, havia um jovem milionário inglês que adorava aventuras e desafios. Com o tempo, os desafios ficaram mais escassos à medida que ele os realizava um por um. Já havia atravessado a Inglaterra a pé, cruzado o canal da Mancha a nado e escalado as mais altas montanhas do mundo. Um dia, James (esse era o nome do jovem), resolveu se aventurar numa travessia que cruzaria todo o deserto do Saara. Para isso, ele reuniu uma caravana formada por experientes viajantes, pois de outra forma não existem meios de sobreviver no deserto. Assim sendo, ele reuniu o grupo e iniciaram a jornada. Um dia, após algumas semanas de viagem, James se afastou do grupo para apreciar a paisagem e, quando voltou, eles já não estavam mais lá. Ele não podia encontrar a caravana, não importando para que lado olhasse. James percebeu que a quantidade de água que carregava não era suficiente nem para um único dia e após algumas horas percebeu que iria morrer. No fim do dia, quando ele já praticamente desmaiava, um beduíno o encontrou e o levou para sua tenda. Lá, ele recebeu um chá e um pouco de comida. O beduíno cuidou dele até seu pleno restabelecimento. O beduíno o acompanhou até a cidade mais próxima, onde James teve meios para voltar para a Inglaterra. Dias depois, o mesmo beduíno estava sentado à entrada de sua tenda, quando ouviu um barulho que nunca havia ouvido antes. Diante dele, desceu do céu uma grande máquina que voava e fazia muito barulho. Um helicóptero! O piloto explicou que ele estava sendo convidado pelo homem que o mesmo havia salvado. O beduíno então entrou no helicóptero e foi levado a um aeroporto e finalmente à Inglaterra. Lá chegando, ele foi levado à mansão de James. Pôde apreciar a beleza dos jardins, a piscina, os inúmeros carros estacionados na garagem, as esculturas e obras de arte e os finos tapetes da casa. James foi recebê-lo entusiasmado. Ele disse:- Você salvou minha vida! Portanto, você pode escolher qualquer coisa da minha casa e eu te darei. Pode escolher uma Ferrari, um quadro de Van Gogh, uma jóia, qualquer coisa, pois devo minha vida a você! O beduíno deu uma volta na casa e olhou tudo e disse:- Sua casa é muito linda. Caros tapetes, quadros, carros e tudo mais. Mas o que quero, não sei se você me dará, pois a meu ver é algo demasiado precioso.- O que é mais precioso do que a vida que você salvou? Pode pedir e eu te darei.O beduíno então disse:- Eu quero aquele pequeno objeto de metal que o senhor tem na parede da cozinha que quando é torcido fornece água sem limite. Muitas vezes damos valor a coisas fúteis apenas porque seu ambiente também as valoriza... Quadros, carros, esculturas. Porém, esquecemos de valorizar o que temos de mais importante, como a família, os amigos e no caso de nossa história, a água, pois sem ela não vivemos.
Daniel Hauben (Rio de Janeiro)